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Review do novíssimo álbum do Boss!

Sou suspeita pra falar de Bruce Springsteen, já que sou uma grande fã. Porém, preciso tecer algumas palavras à respeito do novo album, mesmo que soe ''puxação de saco''. Springsteen não consegue fazer um disco ruim, isso é um fato. E neste em questão, não é diferente.

Posso afirmar com todas as letras que ''Western Stars'' é um disco ''cinematográfico''. Isso porque Bruce usa vários personagens em suas canções num cenário rural californiano nos anos 60 e 70. Também podemos nos imaginar como passageiros dentro de seu carro num ambiente desértico. O album também tem cheiro de poeira, café, hotel barato. É como se escutássemos apenas o som do rádio em meio à um silêncio de um lugar interiorano. 

A sensação que ficou é de querer estar rodando nesse carro pra sempre. É um sentimento de ''não pertenço à lugar nenhum, preciso cair fora daqui''. E isso me faz lembrar de seu até então recente show intimista na broadway, onde ele conta sua história de maneira divertida, profunda e emocionante (inclusive recomendo, tem na Netflix), onde o personagem da vez é ele mesmo, e o sentimento constante que fica é justamente esse, de estar num carro rodando o mundo. 

O paralelo entre este show e o disco novo, é que ele deixa um pouco sua banda de lado (mas prometeu retornar logo num trabalho novo com eles), para estar sozinho nesse cenário rural com seus personagens que retratam alguns dos gatilhos que o fizeram ser o que é hoje, além de pensamentos atuais sobre coisas que já não é o mesmo por exemplo.

Esses sentimentos individual e ao mesmo tempo tão coletivo, é acompanhado de uma orquestra doce e ao mesmo tempo melancólica, trazendo uma sensação de nostalgia, quase como se olhássemos pra uma foto em tom sépia. Tudo isso revestido de um country suave e emotivo.

Assista ao clipe abaixo para saber do que estou falando:



A canção que abre é a ''Hitch Hakin' '' e é narrado como alguém que está na estrada somente tomando carona. A seguinte ''The Wayfarer'' também é sobre estar sempre viajando, e igualmente é bem simples. ''Tucson Train'' continua num country bem suave e relaxante, pra em seguida na ''Western Stars'' contar a história de um ator em fim de carreira, se sentindo nostálgico. A ''Sleepy Joe's Café'' é talvez a canção mais doce do álbum (e talvez a mais feliz?), já a ''Drive Fast (The Stuntman)'' é focada na trajetória de um dublê, e tem uma carga de emoção maior, e a ''Chasin' Wild Horses'' é sobre um laçador de cavalos que deixou seus amigos para trás, também mantém uma carga emotiva muito forte. ''Sundown'' é uma das minhas preferidas, e é um pouquinho mais agitada que as outras, enquanto que a ''Somewhere North of Nashville'' é a canção que traz o country mais ''raiz'',   enquanto que a ''Stones'' se remete à um country mais recente, vamos dizer assim. 

Ouvido tudo isso, chegamos nas três canções finais, que pra mim, são as melhores. Começando pela ''There Goes My Miracle'' é bem pop, e possui uma melodia e refrão bem marcantes, sem contar o coral de vozes que aparece algumas vezes dando um charme marcante pra música - isso sem contar a própria voz do Bruce que está encantadora, provando que o tempo só fez bem para ele. ''Hello Sunshine'' fala sobre mudança de perspectiva, é uma balada country maravilhosa. E a última é a ''Moonlight Motel'' é sobre mais um personagem de Springsteen que descreve a decadência de um hotel, e se você chegou nessa sem se sentir tocado ainda (provavelmente você tem um coração de plástico), essa certamente é um tiro certo.




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