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Pra quem acha que não se fazem mais boas bandas como antigamente, ou que o Brasil não tem mais bandas como Plastic Noir entre outras, está severamente enganado. A cena underground anda mais frutífera do que nunca, e anda se renovando constantemente com o surgimento de novos grupos, como é o caso da banda ''The Secret Shelson's Band'', um trio de São Paulo com fortes influências em Joy Division, The Cure, e toda aquela estética gótica, pós-punk que conhecemos.  

A banda lançou uma demo contendo 09 músicas, intitulada ''Agony''. Com letras em inglês, a banda brasileira constrói uma atmosfera carregada de melancolia, letras simples porém profundas, riffs marcantes que certamente deixaria Peter Hook, Stephen Morris e Bernard Sumner orgulhosos (E obviamente, Ian Curtis). Claro que a banda tem um caminho pela frente em encontrar uma gravadora para incrementar as músicas, no entanto, dá pra perceber todo o potencial que eles têm.  

Escuta só essa música:


Bem legal né? Eu conversei com o baterista Guilherme ''Magrão'' Garcia para conhecer mais sobre a banda, disse que ia ser uma mini-entrevista mas não resisti e fiz sete perguntas (risos). Ele foi bastante atencioso e respondeu todas, confira que ficou sensacional. 

The Secret Shelson's Band - The Sadness Song (Live at Shelson's ...

Primeiramente, muito obrigada pela atenção, fico muito feliz por você ceder um pouquinho do seu tempo para responder algumas perguntas para minha matéria no blog. Espero ajudar na divulgação desse projeto bastante promissor, torço muito pelo sucesso de vocês.

Guilherme: Bom, primeiro gostaria de agradecer pelo convite, é um prazer para nós estar participando dessa matéria em seu blog Outra Estação, e também quero parabeniza-la por seu trabalho, contribuindo com a divulgação de bandas do meio underground brasileiro, que é muito rico, mas pouco notado. 

Vamos começar com uma pergunta básica: Se apresente e conte um pouco sobre você e seus dois amigos, onde nasceram? como se conheceram?

Guilherme:  Somos a The Secret Shelson’s Band, uma banda de pós-punk com influências de outros gêneros, como darkwave, coldwave, gothic rock, skate punk. Fundamos a banda em março de 2020, na primeira semana da pandemia e quarentena, comigo (Guilherme “Magrão” Garcia) na bateria, Gustavo “Gus” Garcia no baixo e Felipp “Phil” de Andrade na guitarra e no vocal. Nós nascemos em São Paulo capital, e moramos no bairro da Vila Zelina e Mooca, dois bairros muito tradicionais por aqui, e contamos com bastante apoio dos moradores. Bem, eu e o Gus somos irmãos, e estudamos nossa infância e adolescência praticamente inteira no mesmo colégio que o Phil. Eu sou um ano mais novo que eles, então o Gustavo e Felipp são amigos a mais tempo, mas eu sempre estive ali presente e de um tempo para cá me tornei parte do bando.

Como surgiu a ideia para essa banda? Aliás, de onde veio o nome?

Guilherme: Então, essa banda na realidade foi uma derivação de outras bandas. No colégio em que estudávamos, as freiras organizavam um festival de música todo ano, e diversos estudantes formavam suas bandas e tocavam. Nos divertíamos muito e era engraçado, porque tocar por exemplo “Black Sabbath” e “Misfits” em um colégio franciscano, víamos como um símbolo de rebeldia contra o sistema, até porque muitas das músicas que escolhíamos para tocar era censurado por elas, mas tocávamos mesmo assim.

Nessa surgiu duas bandas: Twisted Psychology, uma banda cover de Thrash Metal, que possuía como baterista o Phil e como baixista o Gus, e a Gnomo’s Head, uma banda cover de punk rock, que tinha eu como baterista, isso em 2013. Essas duas bandas foram as que mais se estabeleceram, e acabamos tocando em alguns outros lugares, mas não durou muito. A Gnomo’s Head acabou em 2016 e a Twisted Psychology também. Em 2018, o Felipp formou a H-zoi, outra banda cover de Metal, enquanto eu e o Gus ficamos nos apresentando com algumas bandas locais. 

Nós três já estávamos um pouco saturados de fazer só cover, e dos gêneros que tocávamos de certa forma. No inicio de 2020, numa reunião de amigos estávamos conversando sobre nossas influências, e compartilhávamos muito carinho pelo Joy Division, e eu acabei dizendo que sempre tive vontade de montar uma banda do estilo pós-punk, o Felipp e o Gustavo tinham também a mesma vontade que eu, e então foi discutido de fazer essa banda.

Passou um tempo e as coisas deram uma esfriada, o Phil estava com o H-Zoi e ele também começou a fazer umas musicas sozinho no quarto dele com o IPad e mostrar para gente. Foi quando eu e o Gus decidimos de uma vez por todas se juntar a ele. Em fevereiro, fizemos nosso primeiro ensaio e saiu coisa boa, o rascunho da “Three Doors”. Com a pandemia, nos sobrou, de certa forma, um pouco mais de tempo para se dedicar as músicas e a banda, foi quando em março diversas músicas começaram a surgir de fato e abrimos nosso canal no Youtube em 7 de Abril de 2020, postando a “Humans” e “The Sadness Song”, esta segunda chegando a bater 2,2 mil visualizações, levantando muito o astral da banda.

Em relação, ao nome da banda, é uma história curiosa. Vou utilizar das palavras do Phil para explicar. “Eu e meu pai sempre tivemos uma relação de amizade, sempre nos zoamos muito (Risos). Ele sempre me chamou de vários apelidos, teve uma vez que ele me chamou de Shelson e aí ficou, começaram a me chamar de Shelson. Quando comecei a fazer as músicas e mostrar pros irmãos, era de certa forma algo secreto meu, não queria e nem pensava que isso um dia seria externado. O meu pai também sabia dessas músicas, e ele disse: “Já pensou você forma uma banda secreta com musicas secretas... imagina! The Secret Shelson’s Band!”.

O que inspira você? Como começou a compor suas próprias músicas?

Guilherme:  O que mais nos inspira são assuntos que levam a indagação, sabe? Levantamos temas como a depressão, ansiedade, alucinação, morbidez, desilusão, agonia, tempo e nos ouça para saber mais (risos).

Eu escrevo poemas há muito tempo, sempre fui um amante da arte, e posso afirmar que o Gustavo e o Felipp também, tanto que alguns poemas que escrevi no passado se tornaram letra e deles também. Estamos sempre criando coisas novas. 

Como você vê o cenário pós-punk e gótico atualmente no Brasil?

Guilherme: Eu vejo com bons olhos, acredito que temos poucas bandas desse estilo, mas o que temos são coisas muito boas, que merecem ser escutas e apreciadas. Elegia é uma banda que nos inspira muito por toda sua trajetória, história e trabalho. Há outras bandas também como o Anum Preto, do grande artista Aerson Moreira, que nos incentivou no inicio e esperamos um dia lançar um single com ele, a Poetka, banda do Armando Louder, que abriu algumas portas para nós e nos convidou para tocar em seu festival, o Caxias Music Festival. Então assim, temos bandas, temos festivais, e o que mais precisamos é dessa união midiática, de bandas, de festivais para que possamos todos apreciar o bom pós-punk e gótico produzido em nosso país.


Quais são seus artistas favoritos?

Guilherme: Temos como influência bandas como: Joy Division, New Order, Human Tetris, Elegia, Ploho, The Offspring, Pixies, The Cure, Molchat Doma e outras.             

Por que as músicas são cantadas em inglês e não em português? Existe alguma possibilidade em assinar com uma gravadora de fora e focar em uma carreira por lá?
 
Guilherme: Assim, tanto eu quanto o Phil temos maior facilidade em escrever em inglês, o quê pode soar um pouco irônico. O Gus é o que mais tem facilidade para escrever em português, mas o próprio opta também pelo inglês. Então foi mais isso, questão de intimidade e praticidade, além de que visamos bastante o mercado musical internacional. Sim, existe sim, mas estamos abertos para gravadoras brasileiras também. Fomos, inclusive, procurados por uma gravadora nacional e estamos nos trâmites para um possível acordo, mas estamos abertos para outras propostas também no momento. 

E por último, porém não menos importante, quais são os próximos passos da banda?  

Guilherme Bom, o próximo passo e primordial é assinar com uma gravadora para que possamos sair do meio independente e de demos, para um nível mais alto, no sentido de melhores equipamentos, acompanhamento de um engenheiro de som e tudo mais. Após isso, traremos coisas boas. Já foram feitas 9 novas músicas, além do álbum AGONY.  Muita música boa está por vir.

Mais uma vez agradecemos o convite, Thais. Esperamos que o pessoal curta um pouco da nossa história. Nosso álbum AGONY está disponível em todas plataformas digitais, nos siga no Instagram (@secretshelsonsband), no spotify, no youtube (\TheSecretShelsonsBand), no facebook (@The Secret Shelson’s Band) e é isso aí pessoal, muito obrigado. 

*****

 

Obrigada mais uma vez a banda The Secret Shelson's Band, parabéns pelo ótimo trabalho!

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